A aula inaugural na Fundação Liberato ocorreu no dia 12 de abril de 1967. A fundação demorou 10 anos para ser construída em função de uma série de complicações na sua idealização (com motivos para a sua construção em NH) e na sua construção (com disputas políticas e falta de verbas que paralisaram o andamento da obra). A ideia da construção de uma escola técnica em Novo Hamburgo teve início em 1956, reivindicando sua construção na cidade por três motivos principais. Primeiro, pela contribuição significativa de Novo Hamburgo aos cofres públicos pela produção do município, segundo por se tratar de uma cidade industrial e por último pela falta de mão de obra especializada na região para manter a continuidade da produção. Novo Hamburgo se tornou a cidade escolhida para sediar a escola técnica pois na época em questão, a formação profissional assumia um papel importante para o cenário da educação. A ideia de uma formação mais aligeirada de operários no setor industrial agradava os governos e suas políticas. Por se tratar de uma cidade industrial, a ideia de instalar a escola em Novo Hamburgo era dar conta de ter na cidade uma instituição de qualidade para a formação de mão de obra qualificada. 

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      As paralisações das obras coincidem com períodos de mandatos conturbados como o mandato de Jânio Quadros na Presidência da República e também por períodos de disputas federais que acabaram culminando na falta de verbas e consequentemente nestas paralisações, no período de 1962 até 1963. Com a redução da área da escola para 16.000m2 pela falta de verbas, a escola é inaugurada com um curso, atendendo uma turma com 69 alunos e com as obras ainda em andamento. O curso de inauguração da Liberato foi o de Química Industrial e teve a duração de 3 anos, com aulas pela manhã e à tarde. A estrutura da escola tal como a conhecemos hoje foi concluída em 2009, porém, algumas mudanças no prédio ainda ocorreram desde então. Uma delas foi a inauguração do Ginásio de Esportes, ocorrida em 2010. 

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    Além de mudanças na estrutura, vale destacar que ao longo dos anos a instituição foi se desenvolvendo e se aperfeiçoando cada vez mais, acrescentando vários outros cursos, como o Curso Técnico de Mecânica e o Curso Técnico de Eletrotécnica, ainda na década de setenta. Mais tarde, em 1985, implantou o Curso Técnico de Eletrônica, e em 1991, o Curso Técnico de Segurança do Trabalho. Já em 1998, em parceria com concessionárias, deu início ao Curso de Extensão Automotiva que, em 2003, passou a ser intitulado Técnico Automotivo. Por fim, em 2008, acrescentou-se ainda o Curso Técnico de Design e mais recentemente, em 2012, o Curso Técnico de Informática para Internet. 

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      Dessa maneira, com um total de 8 cursos profissionalizantes de nível técnico, a Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha conta com aproximadamente 3,5 mil alunos matriculados. Vindos de diferentes cidades gaúchas, os alunos que optam estudar na Instituição são devidamente preparados para o mercado de trabalho, sendo estimulados, por quase toda a trajetória educativa, a desenvolver um olhar científico, a fim de tornarem-se “alunos pesquisadores”, capazes de fazerem uso dos métodos científicos em seu cotidiano. Em 2014, o reconhecimento do uso de métodos científicos como principal ferramenta de ensino da Instituição foi consolidado através da alteração de seu estatuto, que passou a ter, nas linhas do Artigo 3º , o objetivo de “ofertar educação profissional e tecnológica (...) com vista ao preparo do indivíduo para que possa interagir, criar e executar atividades ligadas à inovação, pesquisa, ao desenvolvimento e à expansão científicas e tecnológicas, que venham beneficiar a sociedade.”

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    Além disso, foi acrescentado também o objetivo de “realizar atividades de pesquisa básica ou aplicada, de caráter científico ou tecnológico(...) buscando fomentar o conhecimento técnico e tecnológico que viabilizem a geração, o aprimoramento, o desenvolvimento e a fabricação de produtos, sistemas, serviços e processos inovadores.” A partir de tal alteração, a Fundação Liberato passou a ser enquadrada na definição de Instituição Científica e Tecnológica do Estado do Rio Grande do Sul, consolidando-se como um referencial no quesito pesquisa.